Curiosamente, cresce em todo o mundo o número de compulsivos! As pessoas, nas mais diversas populações têm manifestado atos repetitivos que podem trazer sérias consequêcias ao longo do tempo.
Numa visão histórica, esse não deveria ser o percurso seguido pela humanidade, uma vez que dedicamos todo o nosso tempo construindo máquinas que produzam o que nós produziríamos e nos deem mais tempo para coisas interessantes. Entretanto, continuamos sem viver.
Antes, quando era necessário seguir a rotina de plantar-esperar-e-colher vivíamos repetitivamente e, ainda assim, mantínhamos o controle das nossas mentes. Hoje nós somos as máquinas e elas vivem por nós! Vivemos envolvidos em um mundo pessoal, interno, quase impenetrável. A nossa extrema necessidade de fazer TUDO ao mesmo tempo têm nos tomado a chance de fazer nada. E curtir isso. Curtir a mente limpa, a tranquilidade. Temos sempre algo sendo executado, ainda que estejamos aparentemente quietos.
O celular toca enquanto uma página carrega na internet e você vê tv? Cena normal! Entretanto não fomos feitos para viver assim! Ligados 24 hrs, mas sempre sozinhos.
A globalização, ao contrário do que parece, afastou as pessoas, enquanto encurtou as distâncias. E, acreditemos ou não, precisamos do contato! Além do mais, o ato de se fazer milhões de coisas ao mesmo tempo minimiza enormemente a quantidade de informação que conseguimos adquirir ao longo do dia. Tantos testes já foram feitos e tantas teses escritas e não nos consientizamos a esse respeito. Não buscar uma vida mais tranquila é decidir viver programado, agir como máquina. E isso, além de prejudicial, não é agradável, pois as relações sociais acabam por se destruir pela falta de tato. De contato.
O que isso causa? Muitas vezes, a falta de coisas fundamentais manifestam-se em pontos diferentes da nossa mente, o que camufla o sentido real do que reproduzimos. E tanto poderia ser evitado com uma vida mais amena!
Somos insaciáveis em muitas coisas, mas não nos importamos com a falta de convivência. Com a fala de pessoas que saibam quem somos. Cheios de relações superficiais, acalentamos nossa carência com excessos. Nas compras, no sexo, no estudo, nos esportes, em organização, limpeza, mudanças, comida... Enfim, qualquer coisa que roube nossa atenção de nós mesmos e das pessoas que vivem ao nosso redor, ou seja, da nossa vida real. Com problemas e realizações pessoais que merecem a nossa atenção. Partilhe! Conviva!
Acordemos, pois ainda há tempo pra mudar a forma de ver a vida- e o mundo.
Busque a calma, o abraço, o tempo para tudo, inclusive para si mesmo. Perceba e cure-se de suas compulsões. Seja, assim, mais feliz! E conte comigo. Por aqui e por aí, sempre que nos dispusermos a achar tempo. ;)
"Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente"
"me dê a mão,vamos sair
pra ver o sol"
Beijinhos, Larissa Cunha.