Sim, esta sou eu! E, intimada pela paz que este lugar me transmite, me ponho a escrever, degustando cada silêncio vivido ali.
Foi com essa imagem que meu Domingo, depois das nuvens de um Sábado sem pôr-do-Sol, despertou. E inundada pelas expressões internas de contentamento, me despi de tudo o que pesava em mim para apenas saborear demoradamente o que tinha a minha frente.
Nem sinto o passar dos dias, e não me canso de resmungar da avassaladora pressa do tempo que tictaca sem controle sobre mim. E perco as férias, e perco a hora.
"As quatro coisas que não voltam para trás: A pedra atirada, a palavra dita, a ocasião perdida, e o tempo passado."
Hoje, a saudade me leva a lugares tranquilos, vazios da turbulência cotidiana. Capaz de acalmar até as almas mais inquietas. Falando de sentidos, preciso falar também das pessoas que vi, das línguas que ouvi e de como isso me encanta. Sinto pulsar o mundo dentro de mim. Sinto, intimamente, a necessidade de ir mais mais além e de não parar onde os outros pararam, os que me precederam.
Mais uma vez, sinto aquela costumeira sensação de doce derretendo na boca. Sinto que a vida pode ser deliciosa, que temos que nos jogar, que temos que confiar. Que temos que fechar os olhos, como uma criança que se joga do alto nos braços do pai. Vai dar certo!!
Não há mais nada a temer nos braços da vida. Ela vai além também, bem além daqui.
Esses lugares me conquistam porque me abrem pro que há dentro de mim. Porque encontro o que procurava, aquilo que nem sabia o que era, mas que tinha convicção que precisa achar. Pra ser mais leve, mais feliz...
Agora estou face a face com minha própria imagem, com o meu irrevelável interior. E tento enxergar, mas ainda é tudo um pouco turvo.
(Poema escrito no velho relógio da Catedral de Chester, na Inglaterra. Publicado em Redeeming the time, The British & Foreign Bible Soc., 1957, sem título. Trad. JSF, 1995): "Em criança, eu ria e chorava. O tempo, como eu, engatinhava. Quando jovem, minha vida era sonhar. O tempo passava devagar. Tornei-me adulto, a vida era dinheiro. O tempo transcorria mais ligeiro. E agora, que encanecido e velho sou, percebo quanto o tempo já voou. Partirei em breve, e estarei do outro lado. Então o tempo já terá passado."
Mario Quintana, escreveu "Vida", um poema interessante:
"A vida é como um dever que levamos para fazer em casa,
Quando se vê, já são 6 horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, passaram-se 50 anos!
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando,
pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Dessa forma eu digo:
Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo,
a única falta que terá, será desse tempo
que infelizmente não voltará mais."